Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
fonte: Ministério da Saúde
As buscas sobre Burnout entre profissionais de saúde foram orientadas por três perguntas:
Como enfrentar de forma efetiva o Burnout e problemas de saúde mental de profissionais de saúde?
Quais informações temos disponíveis sobre o Burnout e problemas de saúde mental de profissionais de saúde no contexto da COVID-19?
Quais são as causas e fatores associados ao Burnout e problemas de saúde mental de profissionais de saúde?
Frente à crise no setor da saúde gerada pela pandemia da COVID-19, há um maior debate sobre os problemas do Burnout e de saúde mental entre profissionais de saúde, os quais podem estar expostos a longas jornadas e situações de trabalho sob pressão. Todavia, esses são problemas que acompanham os cotidianos dos serviços de saúde, demandando intervenções de longo prazo e sistêmicas, amparadas pelas evidências disponíveis sobre o que possui maiores chances de impacto positivo na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Para responder às perguntas, levantamos revisões sistemáticas que descrevessem o Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais de saúde e apresentassem intervenções efetivas. Construímos a estratégia de busca em inglês, visto que os principais repositórios consultados o têm como idioma principal. A Biblioteca Virtual em Saúde permite buscas em inglês, espanhol e português, mas a busca foi mantida em inglês porque os termos utilizados tinham correspondência no dicionário de Descritores em Ciências da Saúde.
Foram consultadas as bases especializadas:
Pesquisamos por (burnout or mental health) AND ("health workers" OR “healthcare professionals” OR nurse ORphysician OR staff) e os filtros "Ano: 2010-2020”, “Tipo de estudo: Revisões sistemáticas” e “Assunto principal: Pessoal de saúde", com resultado de 753 referências. Após leituras de títulos e resumos, foram incluídos 30 estudos.
Pesquisamos por (burnout or mental health) AND ("health workers" OR “healthcare professionals” OR nurse ORphysician OR staff) e os filtros "Ano: 2010-2020” e “Tipo de estudo: Overview of Systematic reviews e Systematic review of effect”, com resultado de 26 referências. Após exclusão de duplicatas e leituras de títulos e resumos, foram incluídos três estudos.
Pesquisamos por burnout e o filtro "Ano:2010-2020”, com resultado de quatro referências. Após exclusão de duplicatas e leituras de títulos e resumos, foram incluídos três estudos.
Pesquisamos por burnout, com resultado de seis referências. Após filtro manual de ano (2010-2020) e leituras de títulos e resumos, foram incluídos dois estudos.
Pesquisamos por (burnout or mental health) AND ("health workers" OR “healthcare professionals” OR nurse ORphysician OR staff) e os filtros "Ano: 2010-2020” e “Tipo de estudo: Revisões sistemáticas", com resultado de 859 referências. Após exclusão de duplicatas e leituras de títulos e resumos, foram incluídos 12 estudos.
Adicionalmente, foram feitas buscas manuais voltadas para o recorte do Burnout e problemas de saúde mental no contexto do COVID-19 que resultaram na identificação de 13 estudos. Dessa forma, no total foram incluídas 63 referências para a elaboração desta resposta rápida.
As revisões sistemáticas incluídas apresentam diferentes níveis de rigor técnico e confiabilidade nas recomendações, os quais foram avaliados utilizando a ferramenta AMSTAR-I.
A maior parte das revisões sistemáticas sobre Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais de saúde foca nas categorias de médicos e enfermeiros, indicando uma lacuna na produção de conhecimento voltada a outros profissionais de saúde como psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e pessoal administrativo do serviço hospitalar, por exemplo.
Além disso, pesquisas sobre a COVID-19 ainda são recentes, mas há algumas revisões sistemáticas sobre contextos de pandemias e doenças respiratórias infecciosas que trazem lições para esse momento.
Sobre esta primeira pergunta, identificamos como relevantes 32 revisões sistemáticas e 02 publicações sobre implementação de estratégias - da Organização Mundial de Saúde e do Centro para Controle e Prevenção de Doenças do governo do Estados Unidos. Para cada uma dessas referências, extraímos as principais conclusões quanto à efetividade das intervenções e aspectos relacionados à implementação.
Duas revisões sistemáticas de alta qualidade (disponíveis aqui e aqui) constataram o baixo rigor metodológico dos estudos que mostram os benefícios de intervenções para reduzir o estresse ocupacional e o Burnout em profissionais de saúde.
Apesar disso, intervenções psicossociais de base cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento e flexibilização organizacional parecem mostrar-se promissoras.
Intervenções educativas e artísticas precisam ser melhor avaliadas, mas podem contribuir na melhora de sintomas.
Foram identificadas 05 opções de intervenções que têm efeito para reduzir Burnout e outros problemas de saúde mental em profissionais de saúde.
A lista de estudos com avaliação da qualidade metodológica das revisões sistemáticas que compõem cada opção pode ser encontrada na seção AMSTAR.
Além disso, destacamos considerações sobre a implementação de programa para abordar o Burnout e problemas de saúde mental de profissionais de saúde.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão de literatura e recomendações da
Organização Mundial de Saúde
A primeira tarefa é revisar as opções de estratégias, que podem ser divididas em cinco categorias principais:
As estratégias específicas escolhidas dependerão das necessidades da unidade, de seus funcionários e dos recursos disponíveis. Em seguida, é importante garantir a disponibilidade de recursos suficientes para implementar as estratégias. Isso requer um entendimento claro das estratégias a serem implementadas e dos custos associados.
Os recursos necessários podem incluir financiamento adicional (por exemplo, para estabelecer um programa de assistência ao funcionário) ou o redirecionamento de fundos atualmente usados em outros lugares (por exemplo, negociação com a equipe da unidade para realizar uma campanha de conscientização em saúde mental).
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão de literatura e recomendações do Centro para Controle e Prevenção de Doenças do governo do Estados Unidos
Os programas de promoção da saúde no local de trabalho provaram ser bem-sucedidos, especialmente quando combinam intervenções de saúde mental e física. O local de trabalho é o cenário ideal para criar uma cultura de saúde porque:
As medidas de ação empregadas pelos empregadores incluem:
Sobre esta segunda pergunta, identificamos como relevantes oito revisões sistemáticas que tratavam do contexto de doenças infecciosas ou de vivências traumáticas no atendimento em saúde, além de três publicações produzidas já no período de desenvolvimento do COVID-19. Para cada uma dessas referências, extraímos as principais conclusões.
Além disso, três respostas rápidas estão sendo conduzidas internacionalmente, desde abril, sobre resiliência entre profissionais e serviço e como apoiar essas equipes, e sobre estresse, ansiedade e saúde mental entre trabalhadores da linha de frente do atendimento em saúde no contexto do COVID-19, as quais devem ser publicadas ainda em maio de 2020.
Olhar para dados de Burnout e problemas de saúde mental durante a pandemia é essencial. Um estudo chinês analisouos resultados de escalas de saúde mental aplicados em 1257 profissionais de saúde de 34 hospitais após o COVID-19:
Uma proporção considerável de participantes relatou sintomas de depressão (50,4%), ansiedade (44,6%), insônia (34,0%) e angústia (71,5%). Enfermeiras, mulheres, profissionais de saúde de primeira linha e aqueles que trabalham em Wuhan (local do epicentro da doença) relataram graus mais severos de todas as medições de sintomas de saúde mental do que outros profissionais de saúde.
No que tange ao contexto da COVID-19, os estudos disponíveis parecem apontar para um risco maior de problemas de saúde mental entre profissionais de saúde mulheres e profissionais da enfermagem.
Programas educacionais podem ser úteis para lidar com a percepção de risco e com traumas advindos do atendimento à saúde em condições extremas.
O fortalecimento na comunicação e no fornecimento de insumos de qualidade para o controle de infecções pode aumentar a aderência às práticas de proteção individual dos profissionais e diminuir sintomas de sofrimento psíquico.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão sistemática
O impacto psicológico da síndrome respiratória aguda grave (SARS) nos profissionais de saúde parece estar associado: i) ao papel desempenhado no contexto ocupacional (pessoas com maior contato direto com o paciente infectado apresentam maior sofrimento psicológico, em especial profissionais da enfermagem que acabam enfrentando maior carga de trabalho em contextos de crise); ii) ao treinamento/preparação prévia (profissionais com maior confiança no seu treinamento para controle de infecções apresentavam menores índices de estresse); iii) a ambientes de trabalho de alto risco; iv) à necessidade de quarentena por parte do profissional; v) aos estressores relacionados às tarefas (profissionais que sentiam ter pouco controle em relação à quantidade, aos procedimentos ou à organização do trabalho reportaram maiores índices de estresse); vi) ao risco percebido; vii) ao suporte social; viii) à rejeição/isolamento social; e ix) a outros impactos da SARS na vida pessoal ou profissional.
Abrangência diversos países
Tipo de estudorevisão sistemática
Profissionais de saúde percebem os riscos à saúde pessoal e familiar e estigmatização devido à sua exposição a doenças infecciosas respiratórias agudas emergentes, mas a maioria aceita esses riscos de forma a seguir trabalhando. A implementação organizacional de medidas de controle de infecção, distanciamento de pacientes infectados e conformidade com equipamentos de proteção individual foram identificadas como estratégias de mitigação de risco. As instituições podem oferecer incentivos para que os profissionais de saúde cumpram as políticas e procedimentos introduzidos para mitigar os riscos.
As instituições e o governo precisam garantir que as políticas e os procedimentos sejam comunicados e medidas institucionais adequadas (ou seja, equipamentos de proteção individual; educação e treinamento; e apoio organizacional e pessoal) sejam implementadas para proteger os profissionais de saúde durante e após surtos de pandemia.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão de literatura
Profissionais de saúde podem se beneficiar especialmente de ferramentas que requerem tempo mínimo para aprender e implementar, também conhecidas como micropráticas. Micropráticas requerem apenas alguns segundos a alguns minutos para serem implementadas, podendo ser conectadas a uma atividade já existente, como um momento de atenção ao usar o desinfetante para as mãos ou a espera pelo login no sistema eletrônico do serviço de saúde.
São exemplos: práticas de atenção plena (mindfulness) ou reservar um momento para nomear as emoções, especialmente emoções desafiadoras. Por exemplo, quando percebo que estou chateado, é raiva? Preocupação? Exaustão? Essa nomeação ajuda na autoconsciência e autogestão. Uma prática adicional é o simples ato de escrever três coisas pelas quais somos gratos várias vezes por semana.
Estender as práticas de gratidão em grupos, como iniciar reuniões dando elogios aos esforços recentes, também pode ajudar a estimular emoções positivas e relacionamentos positivos entre os membros da equipe. O compartilhamento posterior dessas práticas e seus benefícios, bem como a oportunidade de ensinar para outras equipes o que funcionou ou não na sua, tende a ser valorizado por profissionais de saúde.
Os profissionais de saúde que superestimam os riscos pessoais e de trabalho que enfrentam regularmente têm menos probabilidade de estar presentes no trabalho durante uma pandemia de gripe. Essa diferença tem consequências no planejamento de alocação de recursos porque a percepção errônea do risco de atividades pessoais e de trabalho pode ser corrigida com programas periódicos de informação e educação.
Melhor conhecimento dos riscos pessoais e profissionais melhoraria a alocação de recursos não apenas durante uma gripe pandêmica, mas também para muitos riscos cotidianos no trabalho e futuros riscos potenciais de pandemia que afetam os profissionais de saúde.
AbrangênciaCanadá
Tipo de estudopesquisa quantitativa –questionário para profissionais de saúde
A intenção de presença dos profissionais de saúde no trabalho durante uma pandemia de influenza está associada à percepção de riscos relacionados a atividades pessoais e de trabalho. Apenas 52% dos profissionais de saúde afirmaram que compareceriam para trabalhar em um cenário simulado grave onde a epidemia apresentava 85.770 casos na população, com 1206 hospitalizações e 160 mortes, além de 4289 casos entre profissionais de saúde, 60 hospitalizações e 8 mortes.
Em situações simuladas menos graves, a intenção de presença no trabalho é superior a 88%. A opinião dos profissionais de saúde pode mudar quando a questão do risco se tornar mais social, ou seja, não apenas pessoal. De fato, 45% dos profissionais de saúde que não pretendiam comparecer ao trabalho no cenário simulado mais grave (e 57% daqueles que não sabiam se fariam), mudaria sua intenção em caso de escassez severa de mão-de-obra.
Os profissionais de saúde que superestimam os riscos pessoais e de trabalho que enfrentam regularmente têm menos probabilidade de estar presentes no trabalho durante uma pandemia de gripe. Essa diferença tem consequências no planejamento de alocação de recursos porque a percepção errônea do risco de atividades pessoais e de trabalho pode ser corrigida com programas periódicos de informação e educação.
Melhor conhecimento dos riscos pessoais e profissionais melhoraria a alocação de recursos não apenas durante uma gripe pandêmica, mas também para muitos riscos cotidianos no trabalho e futuros riscos potenciais de pandemia que afetam os profissionais de saúde.
A percepção de segurança no trabalho parece ser relacionada aos índices de Burnout entre profissionais de saúde. No contexto de uma pandemia, pode ser relevante entender como aumentar a adesão de profissionais ao uso de EPIs. Uma revisão sistemática de alta qualidade apontou que:
Correlacionado aos sintomas de Burnout entre profissionais de saúde, algumas revisões sistemáticas apresentam o conceito de Fadiga por Compaixão ou Estresse Traumático Secundário, que é o estresse resultante da exposição de um indivíduo impactado por uma série de eventos traumáticos no contexto do atendimento em saúde. Também pode se manifestar após eventos adversos, como óbitos de pacientes e colegas de trabalho, e podem impactar negativamente a atuação dos profissionais. A prevalência da Fadiga por Compaixão pode atingir até 40% dos profissionais, em especial trabalhadores de unidades intensivas, emergências e serviços comunitários. Intervenções como flexibilização nos horários de trabalho de intensivistas, programas educacionais sobre como lidar com o estresse emocional, aprimoramento das habilidades de comunicação, grupos terapêuticos entre profissionais de saúde, oficinas e atividades em grupo para ampliar resiliência, exercícios de ioga, meditação e mindfulness foram considerados efetivos em diminuir os sintomas da Fadiga por Compaixão. No entanto, elas devem ser ofertadas imediatamente após os eventos adversos de modo a terem melhores efeitos.
Sobre esta terceira pergunta, foram identificadas como relevantes 14 revisões sistemáticas e três publicações da Organização Mundial de Saúde.
Para cada uma dessas referências, foram extraídas as principais conclusões quanto à prevalência estimada, possíveis causas e fatores associados ao Burnout e problemas de saúde mental de profissionais de saúde.
A ferramenta mais utilizada nos estudos primários incluídos nas revisões sistemáticas para aferir Burnout entre profissionais de saúde foi o Maslach Burnout Inventory (MBI).
_ fatores desencadeantes e decorrente de burnout
Fatores desencadeantes de burnout
Envolvimento emocional excessivo dos profissionais com os problemas dos pacientes devido aos ideais altruístas;
Alta competitividade e perfeccionismo;
Impaciência, pessimismo e baixa autoestima;
Intolerância a frustrações;
Esgotamento emocional;
Diminuição da sensação de realização pessoal.
Suporte social e familiar precários;
Baixa remuneração.
Burocracia e baixa autonomia;
Rigidez das normas institucionais;
Dificuldade de ter aumento da remuneração ou de ser promovida na carreira;
Desequilíbrio entre falta de recursos e excesso de demanda.
Sobrecarga e acúmulo de trabalho;
Relações conflituosas e tensas com colegas de trabalho;
Convívio com colegas portadores da Síndrome de Burnout;
Comunicação ineficiente com os colegas de trabalho.
Consequências decorrentes de burnout
Sintomas gerais: fadiga, mialgia, distúrbios do sono, cafaleia, enxaqueca, resfriado constantes, alergias, queda de cabelo;
Sintomas específicos: gastrointestinais, cardiovasculares (hipertensão arterial, infartos), respiratórios (bronquite e asma), sexuais (disfunção sexual, ejaculação precoce, diminuição de libido);
Sintomas psicológicos: falta de concentração, sentimento de solidão, déficit de memória, baixa autoestima, agressividade;
Outros: abuso de álcool, café e cigarro, além de substâncias ilícitas, tranquilizantes e até mesmo pensamentos de autoextermínio.
Mau rendimento no trabalho, maior quantidade de erros cometidos, procedimentos equivocados, negligência, imprudência.
Falta de integração entre os membros da equipe de trabalho (médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, auxiliares de enfermagem, etc).
Aumento dos gastos em tempo e dinheiro devido à alta rotatividade de funcionários, uma vez que os profissionais de saúde acometidos por Burnout são mais propensos ao absenteísmo e ao presenteísmo.
Desarmonia familiar;
Menor satisfação do paciente em relação ao atendimento obtido.
As causas de Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais de saúde podem ser categorizadas em individuais, socioeconômicas, organizacionais e de trabalho.
Como causas, há destaque para alta demanda/acúmulo de trabalho; baixa autonomia; pouca clareza ou flexibilidade em regras, horários e tarefas; clima organizacional ruim; baixo apoio social/familiar; baixa cooperação entre colegas; e baixo apoio das chefias.
Abrangência diversos países/ profissionais de cuidados paliativos
Tipo de estudorevisão sistemática
Os dados revelaram uma prevalência de Burnout de 17,3% entre os profissionais de saúde que atuam em cuidados paliativos. Os enfermeiros apresentaram níveis mais altos de exaustão emocional (19,5%) e despersonalização (8,2%), e os médicos apresentaram níveis mais baixos de realização pessoal (41,2%). A prevalência de Burnout foi, no entanto, maior nos assistentes sociais (27%). O contexto de cuidados paliativos com maior prevalência de Burnout foi o atendimento domiciliar (19,6%).
O Burnout é comum entre médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, com estimativas de prevalência predominantemente variando entre 40 e 60%. O desgaste nos profissionais de serviços de saúde, no Oriente Médio, está associado a características de seus ambientes de trabalho, exposição à violência e ao terror, estresse emocional e baixo apoio social.
AbrangênciaOriente Médio
Tipo de estudorevisão sistemática
Abrangênciapaíses árabes
Tipo de estudorevisão de literatura
Houve uma ampla gama de estimativas de prevalência para as três subescalas: alta exaustão emocional (20,0-81,0%), alta despersonalização (9,2-80,0%) e baixa realização pessoal (13,3-85,8%). Gênero, nacionalidade, duração do serviço, horário de trabalho e padrões de turnos foram significativamente associados ao Burnout.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão sistemática
Dentre os fatores que interferiram na qualidade de vida desses profissionais estão: o estresse decorrente do ambiente de trabalho e das atividades profissionais; o excesso, a insegurança e as inadequadas condições de trabalho; além da insatisfação com os recursos financeiros.
O Burnout é caracterizado por exaustão física e emocional, decorrente da exposição a longo prazo a trabalhos emocionalmente exigentes. O esgotamento afeta as habilidades interpessoais, o desempenho no trabalho, a satisfação na carreira e a saúde psicológica.
Os maiores níveis de Burnout foram relatados entre os profissionais da enfermagem, embora todos os profissionais de saúde tenham demonstrado altos índices. A exaustão entre os profissionais de saúde está associada a seus ambientes de trabalho, conflitos interpessoais e profissionais, sofrimento emocional e baixo apoio social.
AbrangênciaÁfrica Subsaariana
Tipo de estudorevisão sistemática
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão integrativa (menor qualidade metodológica)
Dentre as fontes de estresse, a sobrecarga de trabalho é a mais relevante, além dos conflitos de funções, relacionamento interpessoal e gerenciamento de pessoal. Aponta-se a existência de uma correlação significativa entre o tempo que o enfermeiro trabalha e os sintomas de estresse, ou seja, quanto maior tempo de serviço na atividade gerencial maior evidência de sintomas de estresse.
Os achados mostraram que os níveis de estresse mais altos foram nas unidades abertas, devido ao acúmulo de funções de coordenação, assistência, supervisão e as condições de trabalho; nas fechadas o nível foi maior somente nas atividades relacionadas ao funcionamento adequado da unidade; já nas atividades relacionadas à gestão de recursos humanos não houve diferença.
Abrangênciadiversos países/ profissionais de cuidados paliativos
Tipo de estudo revisão sistemática
Os profissionais de cuidados paliativos podem ser expostos a inúmeros desafios que geram sofrimento moral em relação a questões éticas na área da saúde. Foram identificadas quatro áreas de sofrimento: (1) fatores pessoais, (2) pacientes e cuidadores, (3) colegas e superiores e (4) ambiente e organização.
Gerenciar as emoções consigo mesmo e com os outros, testemunhar sofrimento e incapacidade, cuidar de pacientes e cuidadores altamente exigentes, assim como a falta de comunicação foram identificadas como angustiantes. Além disso, o relacionamento com colegas e superiores e as restrições organizacionais frequentemente levavam a ações que violavam valores pessoais e invocavam sofrimento moral. São indicadas algumas recomendações de apoio e prevenção, incluindo melhoria da comunicação, gerenciamento de emoções e programas educacionais específicos para prestadores de cuidados paliativos.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão sistemática
As percepções de um bom clima organizacional foram significativamente associadas a resultados positivos de saúde mental dos profissionais de saúde, como índices mais baixos de Burnout, depressão e ansiedade. Mais especificamente, as relações de grupo entre colegas de trabalho parecem ser muito importantes para explicar a saúde mental dos profissionais de saúde.
Também há evidências de que aspectos de liderança e supervisão afetam os resultados da saúde mental. As relações entre comunicação ou participação e resultados de saúde mental eram menos claras. Investir na melhoria do clima organizacional, estimulando uma atmosfera de apoio entre os colegas de trabalho e desenvolvendo estilos de liderança orientados ao fortalecimento das relações pode contribuir para melhores resultados em saúde mental dos trabalhadores de saúde.
Abrangênciadiversos países/ profissionais de saúde mental
Tipo de estudorevisão sistemática
O profissional de saúde mental médio apresenta altos níveis de exaustão emocional e níveis moderados de despersonalização, mas mantém níveis razoáveis de realização pessoal. Verificou-se que o aumento da idade está associado a um risco aumentado de despersonalização, mas também a um maior senso de realização pessoal.
Fatores relacionados ao trabalho, como carga de trabalho e relacionamentos no trabalho, são determinantes-chave para o Burnout, enquanto a clareza de papéis, um senso de autonomia profissional, um senso de ser tratado com justiça e o acesso à supervisão clínica regular parecem ser protetores. Os profissionais que trabalham em equipes comunitárias de saúde mental podem estar mais vulneráveis ao esgotamento do que aqueles que trabalham em algumas equipes especializadas da comunidade, por exemplo, assistência assertiva e equipes de crise.
Abrangênciadiversos países/ profissionais que trabalham no contexto hospitalar
Tipo de estudorevisão sistemática
Embora haja variação nos estudos que buscam traçar um perfil de profissionais mais atingidos pelo Burnout, boa parte aponta para profissionais do sexo feminino, solteiras, com menos tempo de atuação e que cumpriam uma maior carga horária de trabalho.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão sistemática
O Burnout entre profissionais de saúde apresentou relações negativas de correlação com a qualidade percebida (incluindo a satisfação do paciente) da atenção em saúde fornecida, com indicadores de qualidade dos serviços e percepções de segurança. Embora os efeitos sejam pequenos a médios, os resultados destacam a importância de intervenções eficazes para reduzir o esgotamento para os profissionais de saúde.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão sistemática
Baixos níveis de bem-estar e níveis moderados a altos de Burnout entre profissionais da saúde estão associados, na maioria dos estudos revisados, a maus resultados de segurança do paciente, como erros médicos. No entanto, a falta de estudos prospectivos reduz a capacidade de determinar a causalidade.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão de literatura e recomendações da Organização Mundial de Saúde
Os locais de trabalho que promovem a saúde mental e apoiam pessoas com transtornos mentais têm maior probabilidade de reduzir o absenteísmo, aumentar a produtividade e se beneficiar dos ganhos econômicos associados. A maioria dos fatores de risco no trabalho em saúde está relacionada às interações entre o tipo de trabalho, o ambiente organizacional e gerencial, as habilidades e competências dos funcionários e o suporte disponível para os funcionários realizarem seu trabalho. São exemplos de riscos: políticas inadequadas de saúde e segurança; más práticas de comunicação e gerenciamento; participação limitada na tomada de decisões ou baixo controle sobre a área de trabalho; baixos níveis de apoio aos funcionários; horas de trabalho inflexíveis; e tarefas ou objetivos pouco claros.
Um local de trabalho saudável pode ser descrito como um local em que trabalhadores e gerentes contribuem ativamente para o ambiente de trabalho, promovendo e protegendo a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os funcionários. A chave para o sucesso é envolver as partes interessadas e a equipe em todos os níveis ao fornecer intervenções de proteção, promoção e apoio e ao monitorar sua eficácia. Devido ao estigma associado aos transtornos mentais, os empregadores precisam garantir que os indivíduos se sintam apoiados e capazes de pedir apoio para continuar ou retornar ao trabalho e receber os recursos necessários para realizá-lo.
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão de literatura e recomendações da Organização Mundial de Saúde
O ambiente psicossocial do trabalho inclui a cultura organizacional, bem como atitudes, valores, crenças e práticas cotidianas na empresa, que afetam o bem-estar físico e mental dos empregados. Fatores que podem causar estresse emocional ou mental são frequentemente chamados de 'estressores' no local de trabalho.Exemplos de riscos psicossociais incluem, entre outros:
Os riscos psicossociais geralmente são identificados e avaliados por meio de pesquisas ou entrevistas, em comparação com as inspeções de riscos do trabalho físico.
Ações imediatas devem ser tomadas frente aos riscos:
Abrangênciadiversos países
Tipo de estudorevisão de literatura e recomendações da Organização Mundial de Saúde
Os problemas de saúde mental são o resultado de uma interação complexa entre fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais. Há evidências crescentes de que o conteúdo e o contexto do trabalho podem desempenhar um papel no desenvolvimento de problemas de saúde mental.
Os principais fatores incluem: