Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Área Zona Sul e Barra da Tijuca do Núcleo Rio de Janeiro, ofereceu denúncia à Justiça contra a cirurgiã-dentista Cynthia Heckert Brito pelos crimes de lesão corporal de natureza gravíssima, crimes contra a ordem tributária e exercício irregular de procedimentos estéticos. A acusação tem como base fatos ocorridos em novembro de 2024, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, Zona Sudoeste do Rio.
De acordo com a denúncia, Cynthia realizou um procedimento estético invasivo denominado platismoplastia, que provocou na vítima risco de morte, internação em CTI por 12 dias, deformidade permanente, incapacidade para as atividades habituais por mais de 30 dias, e sequelas funcionais e estéticas definitivas. O pagamento pelo procedimento foi feito via PIX para a conta de uma terceira pessoa, estranha à clínica, e sem emissão de nota fiscal.
Após a cirurgia, a vítima passou a sentir dores intensas, inchaço progressivo, hematomas extensos e dificuldade para se alimentar e respirar. Mesmo diante da piora evidente, a denunciada teria minimizado o quadro, limitando-se a orientar compressas frias e a realizar drenagens pagas à parte. Dias depois, o estado de saúde da paciente se agravou, levando à sua internação de emergência no Hospital Rios D’Or, onde exames constataram extenso hematoma, comprometendo vias aéreas, com risco iminente de óbito.
Durante a internação, sob tratamento de antibiótico e corticoide, a denunciada não teria acompanhado efetivamente o tratamento nem mantido diálogo com a equipe médica responsável, mesmo após visitas ao hospital. Laudos periciais e exames complementares apontaram que o procedimento não foi realizado conforme a técnica adequada.
O MPRJ também destacou que a clínica da denunciada não possuía a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) compatível para a realização do procedimento. Além disso, o Conselho Regional de Odontologia informou que não havia autorização vigente para a realização de procedimentos vedados ao cirurgião-dentista, conforme a Resolução CFO nº 230/2020.
A denúncia aponta ainda risco de reiteração criminosa, uma vez que Cynthia continuaria realizando e divulgando procedimentos cirúrgicos invasivos em ambiente inadequado, sem estrutura hospitalar, anestesista ou equipamentos de suporte à vida.
Diante dos fatos, o Ministério Público requer, além da condenação criminal, a indenização mínima de R$ 200 mil à vítima, a cassação da habilitação profissional e a comunicação aos órgãos fiscais para apuração de possível sonegação.
Por MPRJ
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