Notícia originalmente publicada em 09/05/2017 

Para resgatar uma polícia de proximidade, retomar a pacificação nas comunidades e avançar em termos de políticas públicas para os cidadãos, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou uma interlocução entre moradores de diversas comunidades do município do Rio de Janeiro, autoridades e instituições. A proposta é entender as principais demandas dessas comunidades, construir um diálogo com os poderes públicos e garantir os direitos tanto de moradores como dos policiais que atuam nessas localidades.
 
Nesta terça-feira (09/05) o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ) reuniu-se com moradores do Complexo do Alemão que fazem parte do coletivo de instituições e movimentos “Juntos pelo Complexo”; com a Anistia Internacional; a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj; e a Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
 
Os representantes de grupos e movimentos do Alemão registraram o atual cenário de vulnerabilidade em que vivem, a percepção deles em relação à atuação da polícia e como as políticas públicas voltadas para o Complexo do Alemão vêm regredindo. De acordo com os integrantes do “Juntos pelo Complexo”, instalações e serviços estão totalmente sem funcionamento por conta da falta de manutenção ou da violência local. Também registraram que nos últimos dias, em pouco mais de uma semana, dez pessoas morreram durante confrontos entre a polícia e traficantes.
 
A promotora de Justiça e integrante do GAESP/MPRJ, Gláucia Santana, explicou como o MP fluminense está atuando para resgatar a polícia de proximidade. “Estamos fazendo um trabalho de aproximação com a sociedade civil e ouvindo a comunidade. Queremos saber dos moradores como a polícia pode melhorar a sua atuação, o que o cidadão espera dessa nova polícia de proximidade. Também estamos conversando com estudiosos, sociólogos e professores sobre a temática. Já estivemos com a Secretaria de Estado de Segurança. Vamos analisar todos os aspectos para buscarmos juntos soluções mais efetivas”, destacou.
 
Durante o encontro também foram destacadas as instalações precárias das UPPs, a necessidade de se oferecer melhores condições de trabalho aos policiais, de traçar um planejamento estratégico que envolvam serviços para os cidadãos, além de investir na capacitação de todos os integrantes da corporação.

Participaram também da reunião a coordenadora e o subcoordenador do GAESP/MPRJ, procuradora de Justiça Viviane Tavares e o promotor de Justiça Luiz Fernando Rabelo, respectivamente.