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MPRJ denuncia 75 pessoas por associação criminosa para o financiamento do tráfico de drogas
Publicado em Wed Dec 23 12:05:38 GMT 2020 - Atualizado em Wed Dec 23 12:03:57 GMT 2020
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), denunciou 75 pessoas, entre presidiários e ex-presidiários ligados à facção criminosa Comando Vermelho, parentes e amigos visitantes dos presos, pela prática do crime de associação criminosa e crime de financiamento e custeio do tráfico de drogas em estabelecimento prisional. Entre os denunciados, cinco (Alexandre Penedo de Almeida, vulgo “Potim”, Rafael Bispo dos Santos, Wagner da Silva Rosa Florentino, vulgo “WG” ou “Thug Life”, e Luan Dutra Ferreira) também foram denunciados por tráfico de drogas dentro da Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha, no complexo penitenciário de Gericinó.
 
A denúncia, recebida pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Bangu, destaca como presidiários e ex-presidiários continuam associados a pessoas em liberdade para praticar os crimes de tráfico, financiamento e custeio para o tráfico de drogas, assegurando a hegemonia da organização criminosa não apenas dentro dos presídios, mas nas áreas em que os presos continuam a cometer seus crimes. Eles mantêm intensa e frequente comunicação com seus comparsas em gozo de liberdade, através de celulares que ingressam e permanecem clandestinamente na cadeia, além de usufruírem de redes clandestinas de wi-fi, comprando, vendendo e consumindo entorpecentes dentro e fora dos presídios.
 
Em operação policial realizada em outubro de 2019, para o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão no Complexo de Gericinó, foi apreendido um caderno contendo os “Dez Mandamentos” do Comando Vermelho, além do “Estatuto do CV”, revelando a extrema organização do grupo na prisão. Das anotações encontradas, observou-se que, em Gericinó, o Comando Vermelho é regido por um “Conselho”, formado por 13 integrantes. No estatuto também estão descritas as condutas proibidas e os tipos de punição para cada tipo de “falta”, graduada como “leve”, “média”, “grave” ou “super grave”, sendo que essa última “acarretará automaticamente no óbito do decreto” (art. 9° “Estatuto do CV”).
 
Também foi encontrada uma “Circular Informativa” estabelecendo diretrizes para os dias de visita nos presídios, normas de vestimentas dos presos, corte de cabelo e organização das lideranças de cada cela. No item 8 da “Circular Informativa” a facção trata as ligações telefônicas como o “coração da cadeia”, pois “... é através dela que nos comunicamos e atravessamos nossas responsas”. Ou seja, é a partir das ligações telefônicas que os presos continuam a exercer poder no mundo externo, assegurando que as atividades ilícitas do grupo continuem a acontecer. Ainda no item n° 8 está escrito: “Os cadernos e carimbos sempre legíveis e bem especificados e as tias sempre em bom estado para que nossas responsas cheguem sempre de forma certa, segura e o mais rápido possível”, destacando que a contabilidade do tráfico dentro dos presídios deve estar registrada de forma clara e se vale de pessoas, denominadas “tias”, que são familiares e amigas visitantes dos presos, para a contínua perpetuação dos crimes praticados pela facção criminosa.
 
Na terça-feira (22/12), a Polícia Civil realizou operação para cumprir 26 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão nas celas em que se encontram os denunciados presos. Os denunciados pertencentes ao grupo que está em liberdade estão impedidos de realizar visitas a qualquer estabelecimento prisional e devem se apresentar ao Juízo.
 
Por MPRJ
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