Alexsander de Oliveira Silva

Alexsander de Oliveira Silva

Atualmente com 31 anos
Rio de Janeiro

Alexsander, filho de Sebastião Leite da Silva e Maria da Conceição de Oliveira Silva, passou parte da infância em Angra dos Reis, até retornar a Resende aos 11 anos. Seus pais se separaram, mas o genitor sempre esteve presente em sua vida e da irmã.

Em 1997, conheceu sua esposa Maiara, com quem teve dois filhos: Matheus, em 2001, e Maria Fernanda, em 2007. Em janeiro de 2002, ingressou na fábrica da Peugeot em Porto Real, mas, diante das instabilidades do setor, decidiu buscar segurança profissional no serviço público. Inspirado pelo ofício policial, prestou concurso e foi aprovado para a Polícia Militar em 2009.

Formou-se no batalhão-escola em Barra do Piraí e, com a implantação do projeto das Unidades de Polícias Pacificadoras, foi designado para a UPP Coroa-Fallet-Fogueteiro, no Complexo do São Carlos, uma das primeiras inauguradas no programa de pacificação. Alexsander sempre foi apaixonado por futebol, atividade que praticava com frequência, além de valorizar a vida em família.

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O crime

Em 25 de junho de 2011, durante uma operação no Complexo do São Carlos, Alexsander foi vítima de uma emboscada enquanto atendia a um pedido de prioridade de um colega. Ao subir uma escada, foi atingido por uma explosão que o lançou ao chão, causando graves ferimentos. Sua perna direita foi decepada no local e a esquerda dilacerada.

Socorrido às pressas, passou 11 dias em coma e cerca de 23 dias internado. Após sucessivas cirurgias, teve a amputação definitiva da perna direita. O episódio, por ter sido o primeiro caso grave envolvendo policiais das UPPs, teve grande repercussão e mobilizou manifestações de apoio e solidariedade.

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As consequências do crime - o que fica

A amputação transformou sua vida e a dinâmica familiar. Alexsander relata que, no momento do resgate, pensava em seus filhos pequenos e em como ainda tinha muito a ensinar e viver com eles. Após o acidente, casou-se no civil com sua esposa e aproximou-se mais da igreja, buscando fortalecer a fé e a resiliência.

Apesar das limitações, encontrou novas formas de se reinventar. Incentivado por colegas, passou a praticar crossfit, atividade que hoje divulga, inspirando outros cadeirantes a ingressarem no esporte. Também representou a Polícia Militar carregando a tocha olímpica no Rio de Janeiro e tornou-se exemplo de superação.

Apesar de não existir qualquer arrependimento em ter entrado para a Polícia, Alexsander critica a falta de apoio institucional adequado aos policiais feridos, ressaltando as dificuldades com a manutenção das próteses e a necessidade de maior atenção da corporação. Reformado com todos os direitos, ele segue valorizando a vida familiar, hoje também como avô, e transformando sua dor em inspiração para outros.