EIXO2-Carlos Eduardo Vieira Machado

Carlos Eduardo Vieira Machado

45 anos
Rio de Janeiro
15 de outubro de 1975
28 de novembro de 2020

Carlos deixou um legado de amor, dedicação e compromisso com a família e com a Polícia Militar.

Conheceu Lidiane em 1994, em frente ao Colégio Estadual Presidente Rodrigues Alves, onde ela estudava. A relação inspirou Carlos a retomar os estudos, e, após breve passagem pelo Exército, concretizou o sonho de se tornar policial militar, no ano 2000, carreira que desejava desde jovem.

Em 1999, casou-se com Lidiane, com quem construiu uma vida marcada por companheirismo. Em 2001 nasceu sua primeira filha, Letícia, e, em 2014, a segunda, Maria Eduarda. Era um pai participativo, carinhoso e presente.

Apaixonado por dirigir e por passeios em família, também tinha o desejo de cursar uma faculdade - sonho realizado com a graduação em Gestão Pública, concluída em 2018. Entre seus gostos pessoais, destacava-se a admiração pelo hino da Polícia Militar, especialmente no trecho: "Ser policial é sobretudo uma razão de ser. É enfrentar a morte, mostrar-se forte no que acontecer."

Machado sonhava em viajar para Bariloche, atraído pelo frio e pelo desejo de ver neve. Entre as memórias mais queridas da família estão sua participação no parto de Maria Eduarda, sua festa de um ano, além da formatura e dos 15 anos da primogênita Letícia.

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O crime

Em 2019, durante o cumprimento de uma condução coercitiva em área do programa Minha Casa Minha Vida, em Volta Redonda, Carlos e seu colega Rodrigues foram surpreendidos por uma emboscada de traficantes. O local, conhecido pela atuação do Comando Vermelho, vivia intensa disputa com o Terceiro Comando.

A viatura descaracterizada do MPRJ foi alvejada com 37 disparos de pistolas adaptadas com kit rajada. Rodrigues, que dirigia, foi atingido na mão e no braço. Machado, no banco do carona, foi baleado na cabeça, próximo ao olho, e no punho.

Mesmo ferido, Rodrigues conseguiu se proteger e, com coragem, retornou à viatura para levar o colega ao hospital.

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As consequências do crime - o que fica

Machado permaneceu oito meses internado no Hospital Central da Polícia Militar, e, com a pandemia, a família precisou levá-lo para casa. O custo elevado do tratamento - cerca de R$ 7.500,00 mensais - só foi possível graças à solidariedade de amigos, policiais e apoiadores.

Em casa, passou a enfrentar crises de epilepsia e complicações clínicas. No dia 28 de novembro de 2021, Carlos Machado faleceu, deixando a família mergulhada em dor e saudade.

Lidiane, sua esposa, enfrentou dificuldades financeiras e teve que reorganizar a vida como pensionista. Ainda assim, manteve a fé como sustentação. As filhas transformaram a perda em motivação: Letícia seguiu carreira na Fonoaudiologia, inspirada nos cuidados com o pai, e Maria Eduarda, hoje com 11 anos, segue crescendo com as lembranças do carinho paterno.

O processo criminal relacionado ao caso resultou em condenação dos responsáveis, trazendo à família algum senso de justiça, ainda que insuficiente diante da ausência irreparável de Machado.