O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior (CDM/MPRJ), apresenta, na 11ª edição do projeto História em Destaque, o acervo "Faces do Ministério Público", que conta com 14 entrevistas. Uma delas, é o destaque deste mês, em homenagem ao ex procurador-geral de Justiça Nicanor Médici Fischer. 

 

Realizado na gestão do procurador-geral de Justiça José Muiños Piñeiro Filho (1999-2003) e desenvolvido entre os anos de 2002 e 2003, o acervo foi elaborado a partir de um convênio entre o MPRJ e a Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV). Com o objetivo de realizar um apanhado da história do Ministério Público no Brasil, em específico no Estado do Rio de Janeiro, o trabalho promoveu a criação de um banco de entrevistas. Participaram da empreitada, contando em primeira pessoa suas experiências funcionais, promotores e procuradores de Justiça responsáveis pela estruturação da instituição no novo estado do Rio de Janeiro, após a fusão entre o antigo estado do Rio e o extinto estado da Guanabara, e antigos procuradores-gerais de Justiça. Ao todo, 14 entrevistas estão disponíveis para consulta no acervo do Centro de Memória nos formatos fita cassete, VHS e MP3. 

 

Na entrevista em destaque, Nicanor Médici Fischer conta um pouco de sua história familiar e apresenta detalhes da luta política-institucional empreendida pela mobilização na “Vigília Institucional”, na década de 80, que pleiteava melhores condições de trabalho, equiparação de salários e recursos após a fusão entre os estados. Além disso, destaca a relevância desta mobilização na sua eleição como sétimo procurador-geral de Justiça, o primeiro a ser escolhido pela classe por meio de eleição direta. Até então, a escolha era feita pelo governador em exercício. Fortalecidos pela mobilização na “Vigília Institucional”, os membros do Ministério Público demonstraram aos candidatos ao governo do estado nas eleições de 1982 a importância de um processo mais democrático e autônomo na definição do chefe institucional. Ao ser eleito governador, Leonel Brizola, considerando a lista tríplice com os nomes de Nicanor Médici Fischer, Sávio Soares de Souza e Vitor Junqueira Ayres, nomeou como procurador-geral de Justiça do MPRJ o mais votado entre os três, Fischer.  

 

Nascido em 09 de novembro de 1930 em Bagé, no Rio Grande do Sul, Fischer migrou com a família para o Rio de Janeiro em 1951. Formado pela PUC-Rio em 1955, advogou na área trabalhista por alguns anos, até o ingresso no MP do antigo estado do Rio de Janeiro, em 1965. Atuou como assessor especial da presidência da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP) e como corregedor-geral do MPRJ, aposentando-se em 1995. 

 

Outras informações sobre Nicanor Médice Fischer estão disponíveis no link:  

 

 

O projeto História em Destaque tem como objetivo a divulgação do valioso acervo histórico da instituição, destacando, a cada mês, um dos 16 mil documentos que resgatam a trajetória do MPRJ. A divulgação do acervo, feita pela plataforma ICA-AtoM, pode ser acessada aqui.