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Com o tema Neurodiversidade, começou, nesta segunda-feira (05/05), a 1ª Reunião Ordinária de 2025 do Fórum Nacional de Gestão do Ministério Público (FNG-MP), promovida pela Comissão de Planejamento Estratégico (CPE) do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Realizada em formato virtual, a abertura do encontro reuniu, pelo menos, 273 membros e servidores indicados pelos procuradores-gerais de Justiça de todo o país para promover o alinhamento de prioridades e debater temas transversais à gestão do MP brasileiro.
A abertura foi realizada pelo conselheiro Moacyr Rey Filho, presidente da CPE e do Fórum. O coordenador-geral do FNG, Paulo Roberto Ishikawa, membro colaborador da CPE e promotor de Justiça do MPMS, alertou para a crescente incidência de transtornos como ansiedade, depressão e burnout nos ambientes de trabalho. “Temos boas condições de trabalho, mas precisamos zelar pelo bem-estar do grupo. Quando um colega procura ajuda psicológica e não encontra apoio, todos falhamos. É preciso empatia, acolhimento e uma escuta qualificada”.
A programação contou com a palestra do jornalista Tiago Abreu, criador do podcast “Introvertendo”, referência nacional no debate sobre o autismo. Ele trouxe um panorama histórico e conceitual, destacando que a neurodiversidade diz respeito à variedade de funcionamentos neurológicos existentes na população humana, abrangendo desde diagnósticos como autismo, TDAH e TOC até condições neurológicas adquiridas, como sequelas da COVID-19. Defendeu que a inclusão no ambiente de trabalho exige o reconhecimento e o respeito às diferentes formas de ser, pensar e produzir. “Reconhecer a neurodiversidade é compreender que somos diferentes — e que essa diferença é essencial. No ambiente de trabalho, valorizar perfis diversos significa criar espaços onde cada pessoa possa contribuir com suas singularidades. Quem tem um diagnóstico precisa ser respeitado, incluído e ter assegurado o seu lugar na sociedade", afirmou.
Na sequência, a neurologista Lívia Rodrigues abordou a neurodiversidade no ambiente de trabalho, com ênfase nos desafios enfrentados por pessoas autistas. Em sua palestra, destacou características como dificuldades de comunicação, fadiga social, hiperfoco, sensibilidade sensorial e a necessidade de rotina. Segundo ela, esses fatores geram sobrecarga cognitiva e podem levar ao esgotamento quando não há compreensão institucional. “Essas pessoas estão o tempo todo expostas a estímulos que invadem e sobrecarregam o cérebro”, alertou.
Para Lívia, valorizar a diversidade cognitiva é uma forma de fortalecer as instituições. A especialista defendeu que ambientes inclusivos são fundamentais não apenas para o bem-estar individual, mas também para o desempenho coletivo. Ela reforçou a importância de práticas como escuta ativa, feedbacks claros, pausas estruturadas e comunicação objetiva, além da preparação das chefias para lidar com perfis diversos. “Lideranças devem se preparar para comunicar com clareza, respeitar ritmos distintos e acolher a singularidade de cada colaborador”, afirmou.
Encerrando o primeiro dia, o estudante de Direito Gelson Vogel conduziu um diálogo motivacional sobre suas vivências e expectativas como pessoa autista.
Comitês temáticos
As atividades do segundo dia (06/05) são restritas aos participantes dos seis comitês temáticos do FNG, responsáveis por debater e propor estratégias nas áreas de comunicação, gestão administrativa, pessoas, orçamento, planejamento e tecnologia. Desde sua criação, em 2012, o Fórum Nacional de Gestão atua como espaço de articulação e troca de experiências entre representantes de todos os ramos do Ministério Público. Ao lado dos Representantes da Administração Superior (RAS), o FNG busca aprimorar práticas de gestão e fortalecer a atuação ministerial em todo o país.
Por MPRJ

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