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MPRJ, SSINTE e Polícia Civil realizam operação contra grupo que explora menores em prostíbulos em São Gonçalo e Maricá
Publicado em Tue Aug 14 09:25:19 GMT 2018 - Atualizado em Tue Aug 14 09:25:08 GMT 2018

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Corregedoria Interna da Polícia Civil (CGI), com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Seguranca Pública (SSINTE), realizam, na manhã desta terça-feira (14/08), operação Saigon II para desarticular grupo que administra casas de prostituição em São Gonçalo e Maricá. A investigação identificou que nos locais ocorre exploração sexual de mulheres com menos de 18 anos. O objetivo é cumprir seis mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça contra denunciados pelo GAECO/MPRJ por crimes de favorecimento à prostituição de menor de 18 anos, manutenção de estabelecimento onde ocorre exploração sexual e rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia).

A investigação teve início com a apuração de crimes de corrupção por agentes públicos na cidade de São Gonçalo, dentre eles policiais civis e militares. Ao longo da investigação foi identificado o pagamento de propina por grupos ligados à prostituição e outros ligados ao jogo do bicho – este último combatido ontem (13/08) na Operação Saigon, deflagrada para cumprir 23 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão contra denunciados por crimes de organização criminosa e peculato, havendo entre eles policiais civis e militares.

Em relação à organização constituída para a prática de crimes sexuais contra vulneráveis, a investigação apurou que é liderada pelo ex-policial civil Alzemar da Conceição dos Anjos. Ele era responsável por todo o funcionamento da atividade ilícita em três estabelecimentos, dois na cidade de São Gonçalo e um em Maricá.

No decorrer da investigação, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça deixaram claro que os denunciados sabiam e permitiam que mulheres menores de 18 anos se prostituíssem nos estabelecimentos. A denúncia narra, por exemplo, ocasiões em que Alzemar alerta seus subordinados sobre a presença de policiais da  Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente na região, os orientando a retirar as menores de idade de sua casa de prostituição. Ainda de acordo com a denúncia, a organização criminosa utilizava armas de fogo como forma de intimidação contra todos que fossem considerados ameaça à sua existência.

Tinha papel de destaque o denunciado José Goulart Feijó Maia, vulgo Dinho, braço direito de Alzemar. Dinho era o “faz tudo” da organização, responsável pelo transporte das garotas de programa para as casas de prostituição, remanejamento delas entre as boates, negociação de bens de consumo para os estabelecimento. Já as denunciadas Rose Moura da Silva, Viviane de Oliveira Alcântara e Jacqueline Nascimento de Almeida Santos eram gerentes das casas de prostituição, entre outras funções.  O filho de Alzemar, Cristiano Vieira dos Anjos também atuou na administração de um dos estabelecimentos, realizando outras tarefas por determinação direta de seu pai, como compra de mercadorias.
 
A ação foi ajuizada junto à 2ª Vara Criminal de São Gonçalo.

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