Daniella Perez

Daniella Perez
Daniela Perez nasceu em 11 de agosto de 1970, no Rio de Janeiro. Filha da autora de novelas Glória Perez, cresceu em um ambiente artístico e logo demonstrou grande vocação para as artes. Formou-se em dança e integrou a companhia de Carlota Portella, destacando-se pelo talento e pela disciplina. A sua trajetória artística levou-a, depois, naturalmente para a televisão, onde estreou com apenas 19 anos de idade na extinta Rede Manchete.
No ano seguinte, foi aprovada em testes de elenco e estreou na Rede Globo, interpretando uma bailarina na novela Barriga de Aluguel.
Com seu talento e carisma, Daniella destacou-se já na sua estreia em produções globais, sendo convidada para um papel de destaque na novela O Dono do Mundo, onde interpretou a irmã da protagonista.
Com apenas 22 anos, Daniella estava no ar em sua quarta novela, De Corpo e Alma, onde vinha se destacando no papel de Yasmin, e já despontava em uma carreira promissora, com grande engajamento do público em todos os papéis que atuava.
Daniella era casada e tinha muitos planos para o futuro, tanto profissionais quanto pessoais. Sua vida foi interrompida brutal e covardemente quando estava em franca ascensão profissional.
O crime
Na noite de 28 de dezembro de 1992, após um dia de gravações da novela De Corpo e Alma, Daniella parou seu carro para abastecer em um posto próximo ao local de gravação da novela e foi cercada pelos seus assassinos. Um deles desferiu um soco em seu rosto, fazendo com que desmaiasse.
Daniella foi colocada, desacordada, no veículo do assassino, onde outra criminosa já aguardava ao volante.
A dupla de homicidas seguiu então com o carro da vítima até um matagal às margens da Avenida Cândido Portinari, local onde desferiram 18 punhaladas no pescoço e no tórax de Daniella, que, ainda com vida, foi arrastada para o interior da mata, onde acabou falecendo.
O caso teve ampla repercussão nacional e internacional, não apenas pela crueldade do crime, mas também por ter como autor um colega de elenco da vítima e a então companheira dele.
O brutal assassinato de Daniella, no auge de sua carreira, expôs a vulnerabilidade de uma jovem artista que tinha toda a vida pela frente. O crime revelou contornos de premeditação e ciúmes, abalando a sociedade e provocando forte mobilização social.
As consequências do crime - o que fica
A morte de Daniella deixou marcas profundas na família, especialmente em sua mãe, Glória Perez, que transformou o luto em luta por justiça.
Foi graças à sua mobilização e ao apoio popular que o homicídio qualificado passou a ser considerado crime hediondo no Brasil, alterando a legislação penal, incrementando a resposta penal e os requisitos para a progressão de regime dos autores de crimes de tamanha crueldade.
A tragédia também deixou um vazio imenso entre colegas, amigos e admiradores. Daniella, que era considerada uma estrela em ascensão, teve interrompido um futuro que prometia grande impacto na dramaturgia brasileira. Ainda hoje, mais de três décadas depois, sua memória permanece viva na cultura nacional, lembrada não apenas pelo talento, mas também pelo legado de justiça conquistado a partir de sua partida precoce.