proposta de atribuição

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O Mosaico comprovou sua primeira hipótese:

há oportunidade de ganhos de efetividade (e resolutividade) para o Ministério Público, ao se explorar uma melhor combinação de atribuições (cível e criminal) e táticas para a defesa do patrimônio público e ambiental.

Embasado nos achados do projeto e com apoio em comentários e críticas de especialistas, a equipe do projeto formulou uma primeira proposta de alteração de atribuições e táticas de promotorias de justiça.

De acordo com a proposta, as promotorias de justiça especializadas na defesa do patrimônio público, combate à corrupção e proteção ambiental passam a poder fazer uso estratégico dos instrumentos da atuação criminal (investigação criminal, ação penal, acordos etc.).

Para a elaboração da proposta, a equipe do projeto trabalhou com cinco premissas essenciais. Uma delas decorre dos achados do projeto; e as outras, da natureza de toda proposta de inovação. Espera-se que elas também sirvam para informar as críticas e aprimoramentos possíveis. Assim, a proposta tem como premissas:

1

Não causar aumento de trabalho para qualquer promotoria
As promotorias de justiça já estão sobrecarregadas de trabalho e o MP ainda precisa definir e implementar critérios e cultura de priorização. Por “aumento de trabalho” entende-se também qualquer tarefa burocrática.

2

Não deixar de apostar no que pode dar certo, só porque (ainda) existe alguma incerteza
Não existe inovação sem incerteza. Se é comum haver risco de algo não funcionar, também existe chance de dar certo. Se a consequência não for catastrófica (e aqui não é), vale a pena apostar. Muitas vezes, há menos a perder do que se imagina. A lógica experimental deve ser base para melhoria contínua das organizações.

3

Não se deixar restringir pela ausência de suporte técnico ou sistemas de informaçãoCasos de uso deveriam direcionar as tarefas de desenvolvimento de sistemas e de suporte técnico; e não os sistemas existentes (desenvolvidos muitas vezes sem o conhecimento ou olhar da inovação das táticas da atividade-fim) que devem restringir o teste de novas táticas.

4

Não pretender resolver todos os desafios de uma só vezComeçar pelo simples e caminhar aos poucos pode ser uma boa estratégia. Sempre haverá outros aspectos do problema para resolver. No entanto, se respeitadas as três premissas anteriores e começando por criar mais oportunidades, já se abre caminho para bons resultados.

5

Não se limitar por conta do risco de distorções e má conduta dos usuáriosNem todo usuário da proposta terá boa intenção e será dedicado à melhoria contínua. Porém, os avanços não devem ser proibidos em função do risco de atitudes contra produtivas. Essa realidade é o que justifica (1) mecanismos de correição existentes no MP, (2) a fase de monitoramento do projeto; assim como (3) a possibilidade de futuros aprimoramentos, em sendo o caso.

A proposta é inicial e em constante evolução – com sua contribuição, inclusive! As alterações à proposta inicial serão indicadas pelo versionamento.

versão 1.0

_proposta

Faça sugestões e comentários sobre a proposta aqui.

As perguntas e respostas a seguir detalham todos os elementos da proposta e explicam as regras do sistema proposto. Para implementá-las, basta incorporar seu conteúdo em dois tipos de ato normativo: (a) alteração das atribuições das promotorias envolvidas - uma PJTC e ao menos uma outra criminal - fazendo menção a; (b) resolução experimental regulamentando o uso concorrente das atribuições. Em paralelo, pode ser importante editar uma norma experimental regulamentando algumas situações do uso concorrente das atribuições.

1 Dentre outros instrumentos da atuação criminal que passaram a representar medidas de alta importância para a proteção e recuperação do patrimônio público, após a reforma da Lei de Improbidade, estão o confisco e perdimento alargado, conforme Leis n°. 9.613/98, 12.850/13, Código Penal, Código de Processo Penal, dentre outros.

Por quê?

¹

Como?

O que muda, então?

O que não muda?

Isso significa que a PJTC vai receber todos os inquéritos policiais que a Delegacia encaminhava, até então, para as promotorias criminais; ou ter que instaurar investigação criminal diante de qualquer ouvidoria que narre crime em tese?

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_justificativas

Veja a seguir um compilado dos principais achados do Mosaico que justificam a proposta. A partir de um levantamento qualitativo e quantitativo, o projeto encontrou muitos resultados – ou novos desafios – ao longo do caminho. Além de justificar a proposta e comprovar a hipótese central do projeto, os achados podem gerar várias outras reflexões para desafios estruturantes do MP.

Pareto reverso
Na pesquisa preliminar, o Projeto Mosaico constatou que o MPRJ utiliza em maior escala o instrumento considerado menos efetivo. Esse achado surgiu a partir do cruzamento de dados de procedimentos investigativos em andamento no MPRJ, somado à percepção de promotores e procuradores de justiça sobre a efetividade relativa de cada instrumento e tática de atuação.
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Desafio nacional
Uma das iniciativas mais importantes no sentido da formação de rede foi a aproximação com o Grupo Nacional de Defesa do Patrimônio Público (GNPP). A partir daí, surgiu a constatação de que o tema do projeto é de importância nacional; e de que alguns MPs já possuem promotorias com dupla atribuição – cível e criminal – mas que ainda podem ser aprimoradas.
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Caso de sucesso
A 2ª Promotoria de Justiça de Santo Antônio de Pádua, parceira do projeto, realizou experimento com o uso da atribuição criminal concorrente em um caso de dano ambiental. O teste foi mais um dos resultados satisfatórios do projeto: a promotoria obteve um desfecho extrajudicial favorável em tempo recorde. Saiba mais sobre o caso e veja nessa seção uma tabela comparativa dos acordos possíveis na área criminal e cível.
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Transformação digital eficiente
O Projeto Mosaico também gerou insumos para o desenho de um sistema de gestão do conhecimento investigativo que permita o uso eficiente da atribuição criminal concorrente. Para isso, foi necessário identificar os principais desafios e pensar formas de enfrentá-los utilizando a transformação digital a partir da perspectiva do usuário, da lógica de priorização e de reuso (em escala).
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Priorização
Durante a pesquisa preliminar, diversos desafios paralelos foram apontados por promotores e procuradores. Um deles é a redução da carga de trabalho com a priorização da atuação. A equipe do Mosaico, então, refletiu sobre como realizar essa priorização, levando em consideração os incentivos desalinhados que atualmente existentes no MPRJ (e, possivelmente, em outras unidades do MP).
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_próximos passos

O Projeto Mosaico finaliza sua entrega da fase inicial com proposta de reformulação do sistema de atribuições do MP, possibilitando o exercício da atribuição criminal concorrente pelas PJTC. Para a implementação da proposta, tanto no MPRJ quanto em outros Ministérios Públicos, a melhor maneira é seguir a lógica incremental-experimental. Abaixo, há uma sugestão de etapas para esse processo e a visão de futuro do projeto.