Notícia
Notícia
Com o objetivo de fortalecer a cooperação internacional entre Brasil e Itália no enfrentamento à criminalidade organizada, o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Antonio José Campos Moreira, foi recebido nesta segunda-feira (21/07) pelo procurador-geral de Palermo, Maurizio di Lucia, e pelo presidente da Corte di Appello, Matteo Frasca, durante visita oficial à Procuradoria e ao Tribunal de Palermo — cidade símbolo da luta contra a máfia e referência mundial na construção de estratégias integradas de justiça criminal.
Para o PGJ, o diálogo reafirma o entendimento de que a colaboração entre Ministérios Públicos e magistraturas de diferentes países é essencial para o enfrentamento eficaz das redes criminosas que atuam além das fronteiras nacionais.
“A frase de Giovanni Falcone, de que é preciso estar sempre à frente da criminalidade, não atrás dela, traduz com precisão o espírito que orienta nossa atuação. Estar à frente significa antecipar estratégias, fortalecer alianças e aprender com experiências que marcaram a história do enfrentamento ao crime organizado. Essa troca com a magistratura italiana reforça nosso compromisso com uma justiça conectada, colaborativa e preparada para os desafios do nosso tempo”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira.
As reuniões institucionais trataram da troca de experiências, do intercâmbio de boas práticas e do fortalecimento dos vínculos entre os sistemas de justiça dos dois países. A magistrada italiana Maria Elena Gamberini e a Sostituta Procuratrice de Palermo, Federica La Chioma, também participaram do encontro.
A agenda foi conduzida pela promotora de Justiça Carina Senna, assessora internacional do MPRJ, que ressaltou que os aprendizados oferecidos pela experiência italiana vão além da técnica: “O mais importante ao aprender com a experiência internacional é perceber que a história se repete — e que podemos evoluir ao lado de quem já enfrentou desafios semelhantes com êxito. No caso da Itália, é admirável como toda a magistratura, sejam juízes ou promotores, preserva um sentimento profundo de gratidão e respeito pelos que vieram antes e deram sua vida para transformar a sociedade”, destacou a assessora internacional, acrescentando que a visita abre caminho para novas tratativas institucionais que devem se consolidar nos próximos meses.
A comitiva brasileira também visitou o memorial que preserva os gabinetes dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino — assassinados em 1992 por sua atuação decisiva contra a máfia siciliana. Os espaços, localizados em um antigo bunker dentro do próprio Tribunal de Palermo, integram hoje um circuito histórico que relembra o papel central desses magistrados no Maxiprocesso, julgamento que desmantelou a alta cúpula da Cosa Nostra e segue como referência internacional.
Por MPRJ

(Dados coletados diariamente)