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A Promotoria de Justiça junto à 1a Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo obteve, nesta segunda feira (18/08), a condenação das influenciadoras digitais Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Cunha, que ofereceram, em vídeo publicado nas plataformas digitais, uma banana e um macaco de pelúcia a duas crianças negras. As duas foram condenadas a 12 anos de prisão por injúria racial e pagamento de indenização de R$ 20 mil a cada uma das vítimas, além da manutenção do bloqueio de perfis e conteúdos no Youtube, Instagram e TikTok.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), as influenciadoras eram titulares de canais nas três plataformas. Nancy, microempresária individual, era proprietária da empresa Kerollen e Nancy, cujo objeto social incluía atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão — o que levanta a suspeita de que os vídeos de conteúdo discriminatório e vexatório tenham sido monetizados, gerando lucros às rés por meio do número expressivo de seguidores inscritos, que superam 14 milhões de pessoas nas redes sociais das influenciadoras.
“Destaco que, longe ao apego da nominação posta pela Academia, aceita pela jurisprudência e revelada ao longo dos anos, estamos diante do malsinado racismo recreativo. Em apertadíssima síntese, conforme bem ressaltado pelo Ministério Público, em sua obra Racismo Recreativo o ilustre autor Adilson José Moreira, define que o racismo recreativo ‘deve ser visto como um projeto de dominação que procura promover a reprodução de relações assimétricas de poder entre grupos raciais por meio de uma política cultural baseada na utilização do humor como expressão e encobrimento de hostilidade racial.’ Bom de ver que bem andou o legislador pátrio ao ampliar o alcance da resposta penal com o incremento da causa de aumento da pena”, diz um trecho da sentença.
Por MPRJ

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