O Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (CDM/MPRJ), homenageia, na 53ª edição do projeto História em Destaque, a trajetória institucional de Angelo Moreira Glioche. Aos 85 anos, é lembrado como exemplo de empenho e dedicação à Justiça, com ilustre carreira no Ministério Público e atuações marcantes como Defensor Público e Desembargador.

Natural do antigo Distrito Federal, Angelo Glioche nasceu em 24 de setembro de 1939. Após formação pelo Colégio Militar do Rio de Janeiro, ingressou em 1959 na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, atual UFRJ. No mesmo ano, tornou-se escriturário do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Na década de 1960, atuou como escrivão de Polícia da Secretaria de Segurança Pública da Guanabara (1960-1962) e, na sequência, escrevente juramentado da Justiça estadual (1962-1966).

Em 1966, foi nomeado defensor público do Estado da Guanabara, cargo à época vinculado ao Ministério Público, sendo o posto inicial da carreira. Como defensor, atuou em diversas Varas Criminais da Capital, inclusive no 1º e no 2º Tribunal do Júri, onde foi elogiado pelo juiz de Direito José Lucas Moreira Alves de Brito por “sempre corresponder com cultura e honradez o exercício de sua função, servindo de exemplo a todos que militam neste Tribunal”, evidenciando o comprometimento e zelo de Angelo Glioche com o trabalho.

Em 1974, foi promovido a promotor de Justiça Substituto. Em 1975, com a fusão do antigo Estado do Rio com o da Guanabara, seu cargo foi renomeado para promotor de Justiça de 2ª Categoria. Suas principais atuações foram em Varas Criminais e no Tribunal do Júri, além de passagem pela Curadoria de Fazenda Pública da Capital.

Ao longo da década de 80, participou da banca examinadora dos concursos para a classe inicial do Ministério Público, em cadeiras como Direito Penal e Direito Constitucional. Em 1987 foi designado pelo procurador-geral de Justiça para participar da investigação do Chefe de Polícia Civil, Arnaldo de Poli Campana, acusado de envolvimento com a “Máfia Corsa” e enriquecimento ilícito. ‘Máfia Corsa’ ou máfia francesa foi o nome dado aos empresários responsáveis por infiltrar máquinas caça-níqueis no Rio de Janeiro, acumulando fortuna com a exploração ilegal do jogo.

Em 1990, Angelo Glioche foi promovido a procurador de Justiça. No cargo, atuou principalmente na 4ª, 5ª e 6ª Procuradoria do Tribunal de Contas do Estado. Em 1995, foi nomeado 3º subprocurador-geral de Justiça, cargo em que permaneceu até 2000. Em 1998, foi agraciado com o Colar do Mérito do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em reconhecimento à sua grande contribuição para a instituição.

Em 2000, sua carreira na Justiça deu um novo passo. Por meio do Quinto Constitucional, que reserva vagas na magistratura a membros do Ministério Público, foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Em 2001, foi agraciado com o Colar do Mérito Judiciário do TJRJ, em reconhecimento à sua trajetória na promoção da Justiça.

Angelo Moreira Glioche aposentou-se em 2009. 

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Por MPRJ