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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso (IERBB/MPRJ), iniciou, nesta quinta-feira (27/11), o Curso Avançado em Gestão Estratégica e Inteligência de Segurança Pública: fundamentos jurídicos, táticos e operacionais. A formação é coordenada pelo promotor de Justiça Francisco de Assis Machado Cardoso, coordenador de Inteligência da Investigação da CI2, e é destinada a membros, assessores, magistrados convidados e profissionais da comunidade de inteligência.
Realizada no conjunto de salas multimídias das Procuradorias, a primeira aula abordou o tema “Crimes Cibernéticos, Segurança Digital e Ameaças Híbridas”. O encontro contou com exposições do Capitão de Mar e Guerra Alexandre Teixeira, coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa da ENAJUM e doutor em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB), e de Fábio Diniz, presidente e diretor do Centro de Inteligência do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC). A mediação foi conduzida pelo promotor de Justiça Mateus Picanço de Lemos Pinaud, subcoordenador da Coordenadoria de Segurança e Inteligência.
Abrindo o encontro, Fábio Diniz apresentou uma linha do tempo sobre terrorismo, internet e inteligência artificial (1970–2025), destacando como a evolução tecnológica transformou o comportamento social e, consequentemente, a prática criminosa. Segundo ele, compreender o ciberespaço tornou-se condição essencial para a investigação contemporânea. O especialista ressaltou o crescimento exponencial da internet e observou que os criminosos acompanham essas evoluções. Ele também lembrou que o Brasil é, hoje, o segundo país mais atacado do mundo, concentrando mais de 60% dos ataques cibernéticos da América Latina, o que reforça o caráter estratégico da capacitação.
Diniz alertou ainda para os riscos enfrentados por crianças e adolescentes no ambiente digital, recomendando atenção redobrada por parte dos responsáveis. “Criança não tem que ter privacidade, tem que ter monitoramento. Temos que procurar, olhar e desconfiar, porque eles podem estar vivendo problemas que vocês nem imaginam,” alertou o presidente do INCC.
Na segunda aula, Alexandre Teixeira discutiu a transição dos criminosos da era analógica para a digital, enfatizando os impactos cognitivos e físicos provocados pelo uso inadequado da tecnologia. Ele explicou como esses ataques compõem cenários de guerra cibernética e detalhou técnicas de engenharia social, gatilhos mentais e falsificação de autenticidade.
O professor afirmou que, nos últimos anos, organizações criminosas passaram a utilizar serviços legítimos e sites com aparência idônea para aumentar a credibilidade de golpes. “As organizações são reais, os danos são reais; só a ferramenta é virtual”, destacou.
O encontro contou com a participação de 172 profissionais, sendo 80 presenciais e 92 on-line, reunindo representantes de distintos órgãos da comunidade de inteligência, como o Ministério Público Militar (MPM), Ministério Público do Trabalho (MPT), Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira (FAB), Marinha do Brasil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE), Gabinete Civil e Gabinete Militar do Governo do Estado do Rio de Janeiro, além da Guarda Municipal do Rio de Janeiro.
O curso, com carga horária de 15 horas, continuará nos dias 1º e 5 de dezembro, das 9h às 17h, em formato híbrido, com transmissão pelo Microsoft Teams para os participantes inscritos. Para a certificação, é necessária frequência mínima de 75% das aulas.
Por MPRJ
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