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MPRJ obtém afastamento da prefeita de Iguaba Grande por improbidade administrativa
Publicado em Thu Dec 07 13:16:20 GMT 2017 - Atualizado em Thu Dec 07 13:16:08 GMT 2017

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Araruama, obteve na Justiça, na segunda-feira (4/12), o afastamento da prefeita de Iguaba Grande, Grasiella Magalhães, por improbidade administrativa. A prefeita foi denunciada pelo MPRJ em ação civil pública (ACP) por irregularidades em duas licitações para compra de refeições – quentinhas e café da manhã – para funcionários da Prefeitura entre 2016 e 2017.  Ao todo, segundo a ação, os contratos chegaram a R$ 1,75 milhões. Grasiella ainda tem direito de recorrer da decisão.

De acordo com o MPRJ, as concorrências nas licitações foram simuladas, não havendo, portanto, real disputa de preços pelos contratos. Segundo a ação, na primeira licitação, concorreram duas empresas: Delícias da Feirinha LTDA e Comida Caseira de Iguaba LTDA. Porém, investigações feitas pela Câmara dos Vereadores de Iguaba Grande, por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que ficou conhecida como CPI das Quentinhas, mostraram que os donos das duas empresas vivem em união estável. São eles: Francisco César Costa e Maria Eduarda Oliveira da Silva. Além disso, Francisco trabalha como gerente na empresa de Maria Eduarda. O casal também foi denunciado por improbidade administrativa.

Na segunda licitação, de acordo com a denúncia, a vencedora do certame foi a empresa Delícias da Feirinha Eireli, de propriedade de Célia Costa Macário, que é mãe de Francisco. A empresa concorrente também foi a Comida Caseira de Iguaba LTDA. Neste caso, Maria Eduarda ainda retirou a proposta para deixar sua sogra vencer. Célia também foi denunciada por improbidade administrativa.

Segundo a ação, ficou evidente que a mesma família se revezava nas concorrências pelos contratos e isto era feito com a ciência da prefeita, que mantinha relação de amizade com os empresários. Ainda segundo o MPRJ, também houve uma série de irregularidades no cumprimento dos contratos. Ao contrário do que estabelecia o edital, o fornecimento de quentinhas não foi feito em estilo "marmitex". Em vez disso, a comida era servida em panelas. No caso do café da manhã, apenas os ingredientes eram fornecidos e os próprios servidores tinham que preparar as refeições. Para as investigações, tudo isso gerava uma economia para a empresa, tanto em mão de obra, quanto em utensílios e estrutura.

 

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