Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial de Nova Iguaçu, com o apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), realiza, nesta sexta-feira (10/10), a operação "Poltros", para prender uma nutricionista, um médico e uma secretária de consultório, responsáveis por um engenhoso esquema criminoso que usou dados dos próprios pacientes para obtenção indevida de reembolsos de exames nunca realizados. Os mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.
A nutricionista Paula Carolina da Silva Morais, o seu namorado e médico Luiz Victor dos Passos Fernandes e a secretária Márcia Cristina Teixeira da Silva, mãe de Paula, foram denunciados à Justiça por associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e crime contra a ordem tributária. De acordo com a denúncia, mais de 40 pessoas foram lesadas pelos criminosos somente em Nova Iguaçu.
O estelionato eletrônico, composto por seis fases, começava quando o paciente procurava o consultório para agendar uma consulta. Primeiro, Márcia pedia aos pacientes , além da carteira do plano da AMIL, o login e a senha do paciente no aplicativo da operadora de plano de saúde. Durante a consulta , Paula coletava a biometria facial dos pacientes, sob diversos pretextos. Com as fotografias, eram criadas contas digitais em diferentes bancos em nome das vítimas, sem o conhecimento delas, que eram controladas exclusivamente pelos denunciados. As investigações identificaram dezenas de contas bancárias abertas em nome dos pacientes exatamente nos dias das consultas.
Nas etapas seguintes do esquema, o denunciado Luiz Victor, sem nunca ter atendido as vítimas, falsificava pedidos de exames e laudos médicos. Em seguida, os denunciados falsificavam resultados de exames de um laboratório que já encerrou suas atividades, além de emitir notas fiscais referentes a procedimentos nunca realizados. Esses documentos eram utilizados para solicitar reembolsos à AMIL, usando os logins e senhas coletados dos pacientes. A AMIL, então , depositava os valores nas contas digitais abertas em nome dos pacientes e que eram controladas pelos denunciados. Por fim, o dinheiro era transferido para uma outra conta, essa em nome de Paula.
Os pacientes lesados eram todos funcionários da Light e contratantes do plano de saúde coletivo. O setor de fraudes da AMIL identificou o golpe e acionou o setor de compliance da empresa de energia. Todos eles foram demitidos da empresa.
“Gravíssimas as consequências e a repercussão social dos crimes. Dezenas de famílias ficaram sem sustento do dia para a noite, por terem sido vítimas dos denunciados”, destaca trecho da denúncia.
A denúncia é embasada em dez inquéritos policiais. O MPRJ ressalta que ainda existem cerca de 30 inquéritos em trâmite na 52ª DP, que serão objeto de novas denúncias.
A operação recebeu o nome de “Poltros” — que significa mercenários covardes — em alusão à covardia praticada contra as vítimas que foram demitidas.
Por MPRJ

(Dados coletados diariamente)