Page 9 - Experiências de atuação Pedagogia Psicologia Serviço Social
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Experiências de atuação da Pedagogia, da Psicologia e do Serviço Social
            na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes


            superação dos desafios contemporâneos. Melhor dizendo, nesta obra, composta por profissionais
            do Ministério Público, vemos a renovação do pensamento e ação profissional e confirmamos a
            relevância destas ações como uma forma de compromisso com os usuários individuais e as famílias
            das classes subalternas.

                   Não  por  acaso  são  muitos  os  estudiosos  que  hoje  confirmam  que  um  dos  caminhos
            necessários  do  exercício  profissional  é  o  aprofundamento  teórico-crítico  de  desvelamento  dos
            limites e das possibilidades do fazer profissional.

                    É num contexto de profundas alterações e despolitização da política que as lutas guiadas
            pelo compromisso com as classes subalternas têm valor estratégico e devem explicitar a profunda
            desigualdade social, as formas de exploração e de opressão vivenciadas na atualidade. O seu
            enfrentamento exige uma nova forma de organizar as relações sociais fundadas também na
            socialização do conhecimento produzido.

                   A coletânea que ora vem a público tem por intencionalidade fortalecer a luta interdisciplinar
            do exercício profissional crítico e comprometido. Como mencionou Iamamoto (2007) o processo
            de conhecimento das condições reais de trabalho, o estudo sobre os espaços ocupacionais, e a
            socialização  e  intercâmbio  de  experiências  são  indicações  que  merecem  destaque  no  que  se
            refere ao exercício profissional. Assim, esta obra também apresenta ao leitor estratégias coletivas
            para  afirmar  profissões  voltadas  para  defender  os  direitos  e  conquistas  acumuladas  ao  longo
            das lutas das camadas da classe subalterna no Brasil, e, sobretudo, comprometida com a radical
            democratização da vida social no horizonte da defesa e garantia dos direitos humanos.


                   Da minha parte só cabe o orgulho de ter conhecido o estudo antes de sua publicação.
            E  ainda  porque  acredito  como  Antonio  Gramsci  que  “viver  significa  tomar  partido”.  Quem
            verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo,
            covardia, não é vida. Por isso, assim como Gramsci, odeio os indiferentes. E consequentemente
            gosto muito daqueles inconformistas que ousam abrir as caixas de Pandora que fazem parte da
            história brasileira.

                                                                           Rio de Janeiro novembro de 2020

                                                                                Dra. Silene de Moraes Freire

                                                      Professora Titular Faculdade de Serviço Social da UERJ





            REFERÊNCIAS:

            FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
            IAMAMOTO, Marilda V. Serviço Social em tempos de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo:
            Cortez, 2007.

            Nota: Os conteúdos expressos nos prefácios dessa publicação são de exclusiva responsabilidade de suas respectivas autoras,
            não representando o posicionamento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.













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