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Experiências de atuação da Pedagogia, da Psicologia e do Serviço Social
            na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes


                 A TRAJETÓRIA DA EQUIPE TÉCNICA DO CENTRO DE
               APOIO OPERACIONAL DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA

                     DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE DO MINISTÉRIO
                          PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO






                                                                                     Anália dos Santos Silva 1
                                                                                   Márcia Nogueira da Silva 2

                                                                                   Saulo Oliveira dos Santos 3





                1.  INTRODUÇÃO




                   O presente artigo tem como objetivo apresentar a trajetória da Equipe Técnica do Centro
            de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude (CAO Infância) do
            Ministério  Público  do  Estado  do  Rio  de  Janeiro  (MPRJ),  com  ênfase  nas  principais  frentes  de
            trabalho e nos avanços obtidos coletivamente pelos profissionais de Serviço Social, Psicologia e
            Pedagogia no assessoramento técnico aos membros do Parquet fluminense.

                   A inserção de profissionais dessas áreas do conhecimento no MPRJ está diretamente relacionada
            às mudanças advindas da Constituição Federal de 1988, que ampliou as funções do Ministério Público
            brasileiro atribuindo-lhe responsabilidade pela defesa do regime democrático, dos interesses sociais
            e individuais indisponíveis, bem como pela  proteção da sociedade, no que se refere aos interesses
            difusos e coletivos. A carta constitucional assegurou ao Ministério Público independência funcional e
            administrativa,  característica essencial na fiscalização e no fomento de políticas públicas.
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                   Essa característica permite que seus membros se posicionem na defesa dos preceitos
            constitucionais sempre que houver ameaça ou violação dos interesses individuais e coletivos
            indisponíveis. No exercício de suas funções promotores e procuradores de justiça devem exigir dos
            órgãos e instituições o respeito e o cumprimento dos direitos previstos na Constituição Federal e
            nas normativas que a explicitam e complementam. Para tanto, podem contar com profissionais
            de diferentes formações para subsidiar suas decisões.

                   No que diz respeito à defesa dos direitos do público infantojuvenil, as Promotorias de Justiça da
            Infância e da Juventude têm como atribuição específica garantir a observância do que está disposto
            no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promovendo e acompanhando ações civis, inquéritos,
            mandados, fiscalizações, recomendações e outros procedimentos jurídicos.  Cabe salientar que o
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            Ministério Público se insere no Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes (SGDCA),
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            no eixo de Defesa dos Direitos Humanos, que se caracteriza, dentre outros aspectos, pela garantia do
            acesso à justiça.
            1        Assistente Social. Pós Graduação em Educação de Jovens e Adultos, pela Universidade Estácio de Sá - Especialista em Educação de Jovens e Adultos.
            2        Assistente Social. Mestrado em Serviço Social (PUC-RJ) e Doutorado em Serviço Social (PGSS/UERJ). Conselheira do CRESS-RJ (2020-2023).
            3        Psicólogo. Especialista em Psicologia Jurídica pela UERJ.
            4        Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (Artigos 127 e 129, III).
            5        Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Artigos 200 a 205).
            6        O SGDCA se consolidou por meio da Resolução nº 113/2006, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA).


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