Notícia
Notícia
O torcedor chileno Baltazar Martin Garcês Lopez, que fez gestos racistas contra a torcida do Fluminense durante o jogo entre Fluminense e Unión Española, pela Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira (14/05) no estádio do Maracanã, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A partida marcou o início da campanha do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) “Estamos Vigilantes”, ação inédita de prevenção e repressão ao racismo durante as partidas das Copas Sul-Americana e Libertadores realizadas no Rio de Janeiro.
Durante a partida, seguranças privados do estádio acionaram o Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE) ao verificarem que o torcedor chileno fez gestos imitando um macaco, direcionados para a torcida do Fluminense. Após a verificação das imagens geradas no Centro de Comando e Controle do Maracanã pelos promotores de Justiça presentes ao estádio, os agentes do BEPE conduziram Baltazar para uma audiência de custódia no Juizado Especial do Torcedor que, a pedido da promotora de Justiça de plantão, converteu a prisão em flagrante do acusado em preventiva.
“Os torcedores e torcedoras que comparecerem aos estádios e arenas esportivas do Rio de Janeiro terão o Ministério Público ao seu lado, atuando para punir autores de eventuais crimes e garantir acesso rápido, célere e direto à Justiça”, afirma o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, idealizador do GAEDEST/MPRJ.
Veiculada na imprensa, nas redes sociais e nos estádios, a campanha “Estamos Vigilantes” visa estimular que todas as pessoas que observem possíveis casos de racismo nas praças esportivas denunciem os fatos às autoridades competentes. Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ) estarão presentes em todos os jogos nos estádios cariocas, para monitorar as arquibancadas e atuar em casos de flagrante ou denúncia de atos racistas e xenofóbicos.
“A ideia da campanha é fazer com que todos se sintam respaldados e empoderados para agir em casos de racismo e outras infrações, sabendo da presença tanto do GAEDEST, no Sistema de monitoramento, quanto dos agentes de segurança privada e do BEPE no estádio. Quando todos percebem esse movimento, com múltiplos atores envolvidos e um somatório de esforços, temos uma grande mobilização para que a prática do racismo seja efetivamente reprimida de nossas praças esportivas”, destacou Márcio Almeida, coordenador do GAEDEST/MPRJ.
"Estamos vigilantes"
A campanha “Estamos Vigilantes” também destaca a importância da participação ativa dos torcedores e profissionais envolvidos nas partidas na construção de um ambiente mais seguro e respeitoso. O conteúdo faz um alerta: denunciar é dever de todos. A iniciativa reúne jogadores dos principais clubes cariocas, torcedores, jornalistas, profissionais de segurança e serviços que atuam nos estádios e promotores de Justiça.
O MPRJ orienta que qualquer pessoa que presencie um ato de discriminação se manifeste imediatamente, acionando policiais militares, a segurança do estádio ou o promotor de Justiça de plantão no Juizado do Torcedor. Também é possível enviar imagens e informações para a Ouvidoria do MPRJ, colaborando com a investigação e responsabilização dos autores. As denúncias podem ser feitas pelo número 127 ou por meio de formulário específico criado para essas denúncias. Acesse o link.
A iniciativa contou com o apoio da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT/CI2) do MPRJ, cujos peritos realizaram visitas técnicas aos estádios para avaliar o sistema de câmeras e sugerir melhorias para o monitoramento e reconhecimento dos autores. A equipe técnica também estará presente nos estádios para captação de áudio, vídeos e identificação de cânticos, gestos e ofensas racistas.
A ação também conta com o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Confederação Sul-Americana (CONMEBOL).
Acesse aqui o vídeo da campanha.
Imagens para divulgação.
Participe com o MPRJ no combate ao crime de racismo!
Por MPRJ

(Dados coletados diariamente)