Page 172 - Experiências de atuação Pedagogia Psicologia Serviço Social
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Experiências de atuação da Pedagogia, da Psicologia e do Serviço Social
            na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes


                 ATENDIMENTO INICIAL AOS (AS) ADOLESCENTES A
                   QUEM SE ATRIBUI AUTORIA DE ATO INFRACIONAL

                               NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO




                                                                                   Flávia Alt do Nascimento 1

                                                                                         Kelly Murat Duarte 2
                                                                                       Liliane Irencio Brotto 3




                1.  INTRODUÇÃO 





                   Este artigo tem como objetivo apresentar, a partir da atuação profissional das subscritoras no
            Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do Ministério
            Público do Estado do Rio de Janeiro (CAO Infância MPRJ), breve análise acerca do fluxo de atendimento
            ao(a) adolescente a quem se atribui a autoria de ato infracional desde a apreensão, atendimento inicial,
            até o ingresso nas unidades socioeducativas localizadas no município do Rio de Janeiro.

                   As reflexões a serem apresentadas se inserem enquanto parte do trabalho de assessoramento
            técnico prestado pela equipe de Serviço Social do CAO Infância e Juventude/MPRJ aos Promotores de
            Justiça com atribuição na matéria infracional na Capital Fluminense. Esse processo de assessoramento,
            que abrange a realização de vistorias técnicas previstas pelo Conselho Nacional do Ministério Público
            (CNMP) , de reuniões com diversos representantes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e
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            do Adolescente (SGDCA) , e de outras, porventura, solicitadas pelo Parquet Fluminense, o que vem
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            possibilitando  a  identificação  de  elementos  fundamentais  para  a  realização  de  análises  e  estudos
            acerca do sistema socioeducativo.

                   A  partir  de  um  planejamento  prévio,  os  documentos  técnicos  vem  apresentando
            importantes questões acerca da realidade do atendimento realizado ao (à) adolescente a quem
            se atribui autoria de ato infracional, o que remete à necessidade de avaliar como a política de
            atendimento socioeducativa vem sendo executada no Estado do Rio de Janeiro.

                   No que diz respeito ao atendimento inicial, é fundamental ressaltar que a equipe de Serviço Social
            do CAO Infância MPRJ vem, ao longo dos anos, analisando os aspectos que envolvem o atendimento
            realizado ao (à) adolescente a quem se atribui a autoria de ato infracional, sendo apresentado na análise






            1       Assistente Social do CAO Infância MPRJ, pós graduada em Direito da Infância e Juventude pelo Instituto de Educação e Pesquisa do MPRJ.
            2       Assistente Social do CAO Infância MPRJ, mestra em Política Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutoranda em Serviço
            Social pela Pontifícia Universidade Católica - PUC/RIO.
            3       Assistente Social do CAO Infância MPRJ especialista em Serviço Social e Saúde pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
            4        Trata-se de processo de fiscalização realizado pelas representações ministeriais em atendimento à periodicidade bimestral estabelecida na
            Resolução do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP n° 67/2011, alterada pela Resolução n° 97/2013, que dispõe sobre a “Uniformização das
            fiscalizações em unidade de cumprimento de medidas socioeducativas de internação e semiliberdade pelos Membros do Ministério Público”, prevendo
            ainda o assessoramento técnico especializado nas áreas de Serviço Social e Psicologia.
            5        Resolução do CONANDA n° 113 de 19 de abril de 2006.

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