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Experiências de atuação da Pedagogia, da Psicologia e do Serviço Social
            na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes


                5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS




                   Com base nas referências e normativas vigentes que pautam este documento e que se
            debruçam na direção da promoção e controle das ações de prevenção das situações de riscos
            e violações de direitos para crianças e adolescentes, associadas às percepções dadas diante ao
            perfil e condições de funcionamento dos serviços observados durante as diligências realizadas, são
            apreendidos cenários que indicam desafios a serem superados.

                   Ressalta-se, no entanto, que a diversidade de espaços institucionais estabelecidos pelas
            entidades  públicas  e  privadas  na  capital  fluminense,  onde  se  localizam  os  CRAS,  as  demais
            entidades socioassistenciais, as unidades escolares, além das unidades esportivas e culturais que
            ofertam  atividades  para  crianças  e  adolescentes,  evidencia-se  a  existência  de  uma  ampla  rede
            de apoio com importante capilaridade para a consolidação de práticas de proteção à infância, de
            forma preventiva às vulnerabilidades sociais e de promoção da convivência familiar e comunitária.

                   No  que  tange  aos  desafios,  observa-se  dificuldade  relacionada  à  compreensão  das
            funcionalidades de cada serviço diante as respectivas atribuições previstas em normativas específicas
            que abarcam o viés protetivo do atendimento às crianças e adolescentes. Os atendimentos, que no
            âmbito da PSB do SUAS ocorrem nas ações do SCFV e os do ASEMA previstos no ECA, mostram-se
            intrínsecos no que tange à proteção social da infância e a atenção à família. Porém distanciam-se
            operacionalmente no que tange ao fomento da intersetorialidade das políticas públicas com vistas
            a adequação dos programas às diretrizes do SUAS para se atingir a integralidade das ações com
            o fortalecimento do trabalho em rede, a efetivação do referenciamento socioassistencial ao CRAS
            nos territórios e o aperfeiçoamento das ações de avaliação e monitoramento das atividades.

                   Observou-se também que os programas de atendimento executados pelas ONG’s são registrados
            junto ao CMDCA como ASEMA e junto ao CMAS como SCFV sem que os respectivos planos de trabalho
            apontem as diretrizes para as interfaces que os caracterizam no âmbito da proteção integral.  Tal fato
            evidencia campo pertinente para o aprimoramento de gestões afetas ao alinhamento das deliberações
            pelos  conselhos  no  que  tange  a  atuação  dos  serviços  públicos  e  privados  para  a  configuração  das
            práticas que vão atender em sua integralidade, as demandas de crianças e adolescentes, assegurando os
            percursos necessários para a prevenção às situações de risco e vulnerabilidades sociais e a caracterização
            da sua complementariedade às atividades escolares e no atendimento às famílias.

                   Observa-se também fragilidade de informações e a ausência de gestões para a inscrição no
            CMDCA dos SCFV executados pelos CRAS da PSB do SUAS. O mesmo ocorre com os programas
            desenvolvidos pelas Vilas Olímpicas e Arenas Culturais, que promovem importante quantitativo de
            atendimentos e cujas atividades executadas são destinadas de forma significativa ao público na faixa
            etária até 17 (dezessete) anos.


                   Os desafios anteriormente identificados pela equipe técnica do CAO Infância, referentes à
            articulação dos programas e serviços que executam o ASEMA e o SCFV nos territórios, permanecem
            e se moldam diante aos entraves observados que podem se dar no âmbito da gestão territorial pelos
            CRAS junto à rede local de apoio à infância, adolescência e às famílias. O diagnóstico socioassistencial
            no município acaba por se mostrar restrito ao funcionamento dos serviços executados pelos CRAS
            aferindo  limites  e  possibilidades  da  atuação,  porém  com  ausência  de  informações  acerca  das
            situações de vulnerabilidade e risco que afetam famílias e indivíduos inseridos em programas de
            ASEMA nos territórios e ao mapeamento sobre a diversidade de programas em cada localidade.



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