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Experiências de atuação da Pedagogia, da Psicologia e do Serviço Social
            na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes


                2.  BREVE HISTÓRICO





                   Com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente - marco do rompimento com a
            Doutrina da Proteção Irregular, visando o cumprimento das funções ali delineadas, o MPRJ passou
            a contar com profissionais de nível superior especializados, iniciando em 1994 com a incorporação
            de assistentes sociais no seu quadro permanente, para atuar na área da Infância e Juventude.  Já
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            nos anos iniciais esses assistentes sociais identificaram as possibilidades de atuação na instituição
            e  suas  potencialidades,  definindo  os  objetivos  profissionais,  na  perspectiva  do  assessoramento
            técnico. Desse modo, o trabalho de assessoramento técnico foi sendo consolidado à medida que
            os novos profissionais foram chegando ao órgão supramencionado.    9

                   Importante salientar que, com a chegada dos primeiros assistentes sociais no CAO Infância
            uma das principais demandas colocadas foi a emissão de laudos e relatórios com o fim de subsidiar
            decisão dos promotores de justiça. Contudo, as respostas às solicitações não ficaram circunscritas a
            uma atuação pericial. Ao contrário, ao longo dos anos, os profissionais ampliaram as possibilidades
            de atuação, indo além das demandas contidas nos procedimentos administrativos, uma vez que
            tais demandas denotavam possibilidade de constituição de outras frentes de trabalho, tendo em
            vista a ação ministerial nos âmbitos judicial e extrajudicial.

                   A atuação inicial foi norteada por um Plano de Trabalho, elaborado com base em
            levantamento de demandas dos órgãos ministeriais, que foram relacionadas às normativas e
            produções teóricas sobre as funções do Ministério Público. Posteriormente, este movimento
            de construção de um projeto de trabalho foi aprimorado, com o ingresso de novos assistentes
            sociais que contribuíram significativamente para o aprofundamento das discussões sobre a
            inserção da equipe de Serviço Social nas atividades de assessoria técnica às Promotorias de
            Justiça da Infância e da Juventude, com vistas à garantia dos direitos humanos de crianças
            e adolescentes, que se efetiva, materialmente, por meio do acesso a políticas públicas de
            qualidade.

                   É relevante destacar que o reconhecimento do MPRJ como um espaço novo para o Serviço
            Social e que carecia de maior compreensão sobre as possibilidades de atuação profissional foi
            essencial para a configuração atual da Equipe Técnica, uma vez que a iniciativa de planejamento
            permitiu pensar o exercício do trabalho profissional no Ministério Público, de acordo com suas
            especificidades,  sem  correr  o  risco  de  replicar  práticas  tradicionalmente  exercidas  em  outros
            espaços sócio ocupacionais.

                   Entretanto,  a  forma  como  se  deu  a  inserção  desses  profissionais  nos  demais  órgãos
            administrativos e de execução do MPRJ, contribuiu para uma compreensão diversa acerca do
            exercício profissional nesta instituição. A inserção desarticulada e a ausência de espaços para
            o diálogo permanente, visando o planejamento da atuação, levaram, em muitos setores da
            instituição,  a  uma  atuação  profissional  individualizada  e  restrita  às  demandas  apresentadas,
            a  partir  do  entendimento  do  que  outros  profissionais  pensam  ser  atribuição  de  assistentes
            sociais,  psicólogos  e  pedagogos,  com  base  em  parâmetros  apreendidos  nas  experiências  da

            8        Em 1994 foi realizado o primeiro concurso com vagas para profissional de Serviço Social, quando foram disponibilizadas 02 vagas para o
            cargo de “Auxiliar Superior Assistente Social”. O segundo e último concurso, com o mesmo número de vagas, foi realizado no ano 2001. Desde então
            não houve concurso para o ingresso de assistentes sociais ou de outra profissão que integra o quadro de assessores técnicos do MPRJ.

            9        Dos 06 profissionais de Serviço Social que ingressaram na instituição por meio de concurso público 04 foram lotados no CAO Infância,
            sendo que 01 pediu exoneração por aprovação em concurso para outro órgão e 02 solicitaram aposentadoria.  Quanto aos lotados em outros órgãos,
            01 deles solicitou exoneração por aprovação em concurso público para outro órgão e 01 requereu aposentadoria. Desse total, apenas 01 profissional
            permanece. Ou seja, em todo o Parquet fluminense apenas 01 profissional de Serviço Social integra o quadro permanente de servidores.

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