Page 24 - Experiências de atuação Pedagogia Psicologia Serviço Social
P. 24

Experiências de atuação da Pedagogia, da Psicologia e do Serviço Social
            na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes


            crianças e adolescentes” e “Orientação técnica em relação a utilização do nome social e da inclusão
            da  informação  da  identidade  de  gênero  no  sistema  Módulo  Criança  Adolescente  (MCA)”.  Esses
                                                                                                     18
            documentos técnicos foram elaborados a partir de demandas individualizadas dos órgãos solicitantes,
            mas, em consonância com a perspectiva de assessoramento técnico aqui defendida, os profissionais
            envolvidos (assistente social, psicóloga e pedagoga, no primeiro, e assistente social e psicóloga no
            segundo) identificaram que as temáticas tinham relação com a atribuição dos promotores de justiça
            da Infância e Juventude em âmbito estadual, o que justificou a opção pelo tipo de documento.

                   No período da pandemia também não houve interrupção no processo de formação
            permanente dos profissionais, de modo que a participação em seminários, rodas de conversas,
            cursos e lives foi incluída na agenda de atividades da Equipe Técnica. Cabe destacar as atividades
            promovidas pelo Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso (IERBB/MPRJ), com temas
            relevantes para a atuação ministerial no contexto da pandemia do novo coronavírus.

                   A  experiência  de  trabalho  no  período  pandêmico  evidenciou  a  dinâmica  incorporada  pela
            Equipe, no que tange às ações e atividades de planejamento coletivo. Assim, independente das
            requisições efetivadas por meio dos procedimentos administrativos, a equipe foi capaz de se antecipar
            às demandas, numa perspectiva propositiva - uma das características do(a) assessor(a) técnico(a).

                   Ressalta-se, porém, que a efetivação das propostas de atuação apresentadas só é possível em
            razão da interlocução permanente com os promotores de justiça responsáveis pelas coordenações
            do CAO Infância, assim como com aqueles que atuam nos órgãos de execução. Essa interlocução é
            imprescindível para o trabalho de assessoramento técnico, conforme afirma Matos (2009):





                                   [...]  o processo de  assessoria  é cotidianamente construído com  os sujeitos
                                   fundamentais – os assessorados – e estes têm autonomia em acatar ou não as
                                   proposições  da  assessoria.  Esse  processo  deve  ser  franco  e  aberto,  por  ambos  os
                                   lados.  O  assessor  é  um  sujeito  propositivo,  mas  que  só  terá  êxito  nesta  atividade
                                   se tiver interlocução com quem assessora. Para tanto, fundamental é a adoção de
                                   estratégias de trabalho participativas (2009:12).





                   3.2.   AS AÇÕES DE ASSESSORAMENTO TÉCNICO




                   Como já mencionado, a Equipe Técnica presta assessoramento ao CAO Infância, inserido na
            estrutura organizacional do MPRJ como órgão administrativo, mas também aos órgãos de execução,
            neste caso as Promotorias de Justiça com atribuição na área da Infância e Juventude, e a outros órgãos
            com atribuição no planejamento institucional e na assessoria em direitos humanos.

                   No que tange às ações junto ao CAO Infância, é importante destacar que a partir do ano 2017
            este órgão passou a ser constituído por duas coordenações distintas: uma voltada para a matéria não
            infracional e a outra para a matéria infracional. Esta nova formatação não trouxe impactos administrativos
            para  a  Equipe,  uma  vez  que  não  refletiu  na  sua  composição  ou  organização.  Não  obstante,  trouxe
            alterações na dinâmica do assessoramento prestado, uma vez que as coordenações apresentam ações
            distintas no Plano Geral de Atuação (PGA) e estratégias específicas para efetivação das ações contidas no

            18       O MCA é um cadastro on-line que contém dados dos programas de acolhimento e de cada criança e adolescente acolhido no Estado do Rio de
            Janeiro. É um sistema destinado a atender todos os órgãos da rede de proteção da criança e do adolescente envolvidos com as medidas de acolhimento,
            que podem trabalhar integrados on-line pela busca do direito à convivência familiar (In: http://mca.mp.rj.gov.br/sobre-o-mca/apresentacao/).


                                                                                                          24
   19   20   21   22   23   24   25   26   27   28   29